Conforme Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, a forma como educamos na infância influencia diretamente o desenvolvimento emocional, intelectual e social das crianças. Nesse contexto, educar com afeto não é somente um ideal humanitário, mas uma estratégia comprovada para fortalecer vínculos, promover o aprendizado e preparar as novas gerações para os desafios do mundo.
Neste artigo, você entenderá como a educação afetiva impacta o desenvolvimento infantil e por que ela deve ser considerada uma base sólida para o crescimento saudável das crianças.
O que significa educar com afeto?
Educar com afeto é oferecer uma educação que valoriza o respeito, a empatia, o acolhimento e a escuta ativa. Trata-se de construir uma relação baseada na confiança e no vínculo emocional entre educador e criança, criando um ambiente seguro para que o aprendizado aconteça de forma natural e prazerosa. Quando há afeto no processo educativo, as crianças se sentem mais confiantes, motivadas e abertas para explorar o mundo, interagir com o outro e desenvolver habilidades essenciais para a vida.
Segundo o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, o cérebro da criança está em pleno desenvolvimento durante os primeiros anos de vida. Pesquisas em neurociência já demonstraram que relações afetivas positivas estimulam áreas do cérebro responsáveis por funções como atenção, memória, linguagem e raciocínio lógico. Ambientes hostis, inseguros ou negligentes, por outro lado, ativam mecanismos de estresse que podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo.
Quais são os benefícios sociais da educação com afeto?
Além dos ganhos cognitivos, educar com afeto contribui significativamente para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, fundamentais para uma convivência saudável. Entre os principais benefícios sociais, destacam-se:
- Melhoria na comunicação e na expressão emocional
- Aumento da empatia e da capacidade de cooperação
- Fortalecimento da autoestima e do senso de pertencimento
- Redução de comportamentos agressivos ou retraídos
- Maior capacidade de resolver conflitos de forma pacífica

Para Paulo Henrique Silva Maia, crianças educadas com afeto aprendem desde cedo a lidar com as próprias emoções, respeitar o outro e tomar decisões mais equilibradas. A escola é um espaço essencial para complementar a educação familiar com valores de empatia, respeito e afetividade. Professores e gestores escolares precisam estar atentos à importância de práticas pedagógicas que promovam vínculos positivos com os alunos.
E quanto ao papel da família?
A família é o primeiro e mais importante núcleo de desenvolvimento afetivo da criança. É nela que se formam os primeiros vínculos, os valores fundamentais e a segurança emocional necessária para enfrentar o mundo. Pais, mães e responsáveis podem educar com afeto por meio de atitudes simples e poderosas, como:
- Demonstrar amor e interesse diariamente
- Ouvir com atenção e acolher sentimentos
- Estabelecer limites com empatia e firmeza
- Brincar juntos e valorizar o tempo de qualidade
- Estimular a autonomia com apoio e confiança
Paulo Henrique Silva Maia ressalta que educar com afeto não significa ausência de disciplina, mas sim a construção de uma autoridade que respeita, orienta e inspira. É papel de todos — educadores, famílias, gestores públicos e sociedade civil — reconhecer a importância da educação afetiva como base para o desenvolvimento integral das crianças. Uma sociedade mais justa e empática começa com uma infância mais afetiva e respeitosa.
Por fim, educar com afeto é um dos caminhos mais eficazes para promover o desenvolvimento completo das crianças. Ao cultivar relações humanas mais profundas e respeitosas desde os primeiros anos de vida, formamos adultos mais equilibrados, conscientes e preparados para contribuir com o mundo. Conforme reforça o Dr. Paulo Henrique Silva Maia, o afeto na educação é uma ferramenta poderosa de transformação social, que começa na infância e ecoa por toda a vida.
Autor: Latos Simys