O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou o retorno do desfile militar em comemoração ao Dia da Independência, que será realizado no dia 9 de julho em Buenos Aires. Este evento marca o fim de um hiato de cinco anos sem grandes desfiles militares no país. O ministro da Defesa, Luis Petri, confirmou a presença do presidente e destacou a importância de resgatar essa tradição.
Histórico dos Desfiles
O último grande desfile militar em Buenos Aires ocorreu em 2019, durante o governo de Mauricio Macri. Macri, que governou de 2015 a 2019, reintroduziu os desfiles militares, exceto em 2018, quando foram suspensos devido a uma crise da dívida. Nos 15 anos anteriores, sob os governos peronistas de Néstor e Cristina Kirchner, a capital argentina não sediou desfiles militares, embora o Dia da Independência fosse comemorado.
Impacto da Pandemia
A pandemia de COVID-19 em 2020 forçou a suspensão dos desfiles militares. Mesmo após o fim da emergência sanitária, o governo de Alberto Fernández, que sucedeu Macri, não retomou a tradição. Alguns desfiles menores ocorreram em locais como San Miguel de Tucumán, onde a independência foi proclamada, mas sem a grandiosidade dos eventos anteriores.
Mudança de Política
O governo de Milei busca reposicionar as Forças Armadas na opinião pública, destacando seu “papel histórico”. O ministro Petri afirmou que o kirchnerismo tinha um viés antimilitarista, e o atual governo quer mudar essa percepção. A reintrodução do desfile é vista como parte dessa estratégia.
Questões Financeiras
Quando questionado sobre o custo do desfile militar, Petri não forneceu valores específicos. A realização do evento ocorre em um contexto de políticas de austeridade implementadas pelo governo de Milei, o que levanta questões sobre a viabilidade financeira do desfile.
Revisão Histórica
Desde que assumiu o cargo em dezembro, Milei tem revisado as ações das Forças Armadas durante a última ditadura militar (1976-1983). O governo atual relativiza o número de vítimas, que, segundo organizações de direitos humanos, foram 30 mil desaparecidos, enquanto o governo de Milei estima cerca de 8 mil.
Participação Popular
O desfile militar contará com a presença de milhares de militares em serviço ativo, além de bandas de música e regimentos com uniformes históricos. A expectativa é que o evento atraia uma grande quantidade de espectadores, reforçando o sentimento de patriotismo entre os argentinos.