O sistema tributário brasileiro tem se mostrado um dos mais complexos do mundo, o que tem gerado discussões sobre a necessidade de reforma. Segundo Leonardo Manzan, a proposta de um novo sistema tributário visa simplificar e modernizar a estrutura fiscal do Brasil, inspirando-se em modelos de outros países. A criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) é um dos principais pontos da reforma, com o intuito de substituir diversos tributos indiretos, como ICMS e IPI, por um imposto único.
Neste artigo, será realizada uma análise comparativa entre o novo sistema tributário brasileiro e os modelos internacionais, destacando suas semelhanças e diferenças. Confira, a seguir!
Como o novo sistema tributário brasileiro se alinha aos modelos internacionais?
O novo sistema tributário brasileiro tem como objetivo simplificar a carga tributária, reduzindo a quantidade de impostos e buscando maior transparência na cobrança. Esse modelo tem inspiração em países como a Nova Zelândia e a Austrália, que utilizam o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) ou sistemas semelhantes, com uma tributação mais centralizada e menos fragmentada. A proposta de um IBS único visa à simplificação, inspirada em países com sistemas fiscais mais eficientes.
No entanto, como aponta Leonardo Manzan, ao comparar com modelos de economias da União Europeia, como a Alemanha e a França, o Brasil enfrenta o desafio de harmonizar tributos estaduais e municipais, algo que esses países já superaram há anos. A centralização tributária em economias desenvolvidas proporciona uma fiscalização mais eficiente e diminui a burocracia, características que o Brasil busca imitar, mas que exigem uma série de adaptações.
Quais as vantagens e desafios do novo sistema tributário para o Brasil?
O novo sistema tributário brasileiro promete reduzir a burocracia e os custos administrativos, o que é uma das principais vantagens do modelo. De acordo com Leonardo Manzan, a simplificação da carga tributária permitirá que as empresas gastem menos tempo e recursos com o cumprimento das obrigações fiscais, o que pode melhorar a competitividade e atrair mais investimentos. A experiência de países como os Estados Unidos, que adotaram modelos de tributação mais simples, serve como referência para a reforma brasileira.

No entanto, os desafios são consideráveis. A adaptação do sistema tributário a um modelo centralizado exigirá uma grande reestruturação nas esferas estaduais e municipais. A resistência de entes federativos que dependem das arrecadações específicas de tributos locais pode criar obstáculos à implementação dessa reforma. Além disso, a transição para um sistema único de tributação exige um planejamento minucioso e uma infraestrutura tecnológica robusta para garantir a eficiência e a transparência.
Como o novo sistema tributário impactará o ambiente de negócios no Brasil?
A introdução do novo sistema tributário pode ter um impacto significativo no ambiente de negócios no Brasil. Segundo Leonardo Manzan, ao simplificar o processo de arrecadação e reduzir a carga tributária indireta, o Brasil pode se tornar um mercado mais atrativo para investidores e empreendedores. A redução dos custos com conformidade tributária também pode beneficiar empresas de médio e pequeno porte, que atualmente enfrentam grandes dificuldades para lidar com a burocracia tributária.
Entretanto, os efeitos positivos dessa reforma dependem da implementação bem-sucedida do novo sistema. A adaptação das empresas, especialmente as menores, ao novo regime tributário será um desafio, assim como a necessária adaptação dos órgãos governamentais para garantir que a arrecadação e fiscalização sejam feitas de forma eficaz. Caso esses obstáculos sejam superados, o Brasil poderá se beneficiar de um ambiente de negócios mais eficiente e competitivo.
A reforma tributária proposta para o Brasil apresenta um grande potencial de simplificação e modernização do sistema fiscal. Porém, como destaca Leonardo Manzan, a implementação dessa reforma enfrentará desafios relacionados à resistência de entes federativos e à adaptação de empresas e do governo. A comparação com modelos internacionais mostra que, embora o Brasil busque um sistema mais simplificado, a transição será complexa e exigirá planejamento cuidadoso para garantir sua eficácia e sustentabilidade a longo prazo.
Autor: Latos Simys